Os fragmentos textuais da sequência visam a proporcionar subsídios básicos à elaboração do texto a ser desenvolvido pelo candidato. Assim, é fundamental que sejam lidos com bastante atenção.
Texto 1
A Associação Americana de Psicologia define a eco-ansiedade como o medo crônico de um cataclisma ambiental que vem da observação do impacto aparentemente irrevogável da mudança climática e da preocupação associada pelo futuro da atual geração e da próxima. Ao longo dos últimos anos, casos de ansiedade climática têm crescido pelo mundo, especialmente entre os mais jovens. A ideia é que, conforme a mudança climática se intensifica e se concretiza de forma inevitável, parte daqueles que se preocupam com o meio ambiente passa a desenvolver um medo avassalador das consequências da degradação da natureza. E, uma vez que as gerações mais novas crescem nesse contexto de maior preocupação com a natureza, elas tendem a demonstrar mais a ansiedade climática. https://umsoplaneta.globo.com/sociedade/noticia/2022/05/24/oque-e-ecoansiedade-ou-ansiedade-climatica-como-a-criseclimatica-se-tornou-um-problema-de-saude.ghtml
Texto2
Alguns ativistas, como Zahra Biabani, de 23 anos, da Califórnia, dizem que o foco generalizado na catástrofe climática pode ser enganoso. Quando ela começou a postar nas redes sociais sobre questões ambientais, ela percebeu que havia "uma lacuna entre educação e ação, que estava sendo preenchida pelo 'doomism' [a expressão em inglês é usada para definir o sentimento de que é tarde demais para agir]". "A educação climática pode ser debilitante sem uma forma de incentivo para agir, especialmente quando vemos o que está acontecendo no mundo e como ele vai ficar pior", explica ela. Agora ela compartilha notícias "otimistas sobre o clima" e escreve boletins com foco em boas notícias e soluções. "O otimismo climático não é apenas bom, é necessário porque para sustentar nossas ações e nossa defesa precisamos acreditar e ter algo pelo qual valha a pena lutar", afirma ela. https://www.bbc.com/portuguese/internacional-6358832
O mundo de Heitor, 10, tem prazo de validade. Vai acabar com toda certeza, “pois o homem é bobo”. A dúvida dele é somente como será o fim. Se haverá uma queimada tão grande quanto a do Pantanal, como assistiu na televisão, se chegará por um tsunami ou se uma enchente será capaz de engolir a sua casa, no 15º andar de um prédio no Recife (PE). As conclusões de Heitor, que também podem ser de outras crianças, são fruto de como o menino interpreta as informações sobre a emergência climática. As mudanças climáticas têm diversos efeitos na saúde das crianças, especialmente daquelas moradoras de países subdesenvolvidos ou vulnerabilizadas, sem acesso a serviços básicos de saúde e educação, desde exposição a eventos traumáticos, passando por maiores chances de subnutrição e risco de doenças infecciosas. Além disso, outro problema começou a surgir entre os pequenos: a eco-ansiedade ou ansiedade climática, (...) um efeito sobre o psicológico das crianças e adolescentes diante dos impactos visíveis do colapso ambiental e da sobrecarga de notícias sobre o tema. Segundo a revista Psychology Today, a ansiedade climática é “um distúrbio psicológico bastante recente, que afeta um número crescente de indivíduos que se preocupam com a crise ambiental”.
A chamada ansiedade climática é um fenômeno que vem acometendo crianças e adolescentes de todo o mundo a ponto de ser um dos temas da COP-27. Segundo um estudo internacional, esse quadro psicológico é chamado dessa forma quando a experiência de angústia relacionada ao ambiente engloba emoções como medo, preocupação, culpa, vergonha, desesperança e desespero. Apesar desses sentimentos negativos, a eco-ansiedade foi relacionada a um comportamento positivo em relação ao meio ambiente. Os participantes do estudo indicaram que muitos jovens passaram a agir de forma consciente com a natureza.
Refletindo a esse respeito, e considerando, como ponto de partida, os elementos trazidos pelos fragmentos destacados, elabore um texto dissertativo-argumentativo, atendendo às orientações dispostas no edital do PSV 2024, no qual se discutam as consequências da ansiedade climática como reversão ou não das tragédias ambientais e as implicações disso para o futuro do planeta
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